Não podemos falar do ser catequista, sem primeiro entender que existe um ser, ou seja, existe uma pessoa, que é gente, ser humano, com potencialidades, capacidades, inteligência e vontade. E que como pessoa, é chamada a Ser Nova Criatura (cf. Gn 1,26-27).

O ser humano vive a procura de respostas que deem sentido à sua vida. Diante do mistério, que é viver, sente uma intensa curiosidade em saber quem é e o que faz aqui. Porém, quem se lança na missão de Evangelizar, é porque viveu uma experiência de amor por Jesus Cristo. E esta experiência o convoca a ser Catequista, pelos dons dados por Deus para atuar com maturidade e crescer na fé. Ninguém nasce pronto, somos seres em construção e incompletos. Somos a cada dia chamados ao crescimento e mudança, tanto na parte física, quanto intelectual e espiritual.

O catequista é um ser único e indivisível, querido e amado por Deus, tendo em seu coração o desejo de Deus e do bem. Para isso, busca crescer na maturidade humana, no equilíbrio psicológico, na espiritualidade, ao mesmo tempo que é pessoa integrada no seu tempo e se identifica com sua gente. (cf. DNC 262)

O catequista é, antes de tudo, um discípulo de Jesus, tendo o Espírito Santo, como protagonista verdadeiro de sua ação missionária. Por isso, espera-se dele que conviva com o Mestre, já que sua missão é torná-lo conhecido e amado. Ele é discípulo em todos os lugares. Tem que ser um constante ouvinte da Palavra, discernir a presença do Senhor agindo nos catequizandos e na comunidade dos fiéis, e é na comunidade que vive o seu dom de evangelizar, por isso, pertence a ela, sendo assim, pode-se dizer que a comunidade é o primeiro sujeito de acompanhamento na fé. No entanto, é preciso entender que o catequista não atua sozinho, mas sempre em grupo, em comunidade.

O catequista deve: SER, SABER, AGIR, cultivando: a alegria de viver e de conviver: Perceber quem está ao lado, saber perder tempo com os outros.

A atenção a si, aos outros e às realidades: Estar sempre atento às necessidades. Prestar atenção aos sinais dos tempos.

A abertura – acolhimento: aceitação pessoal, abrir espaço para o outro, sem distinção.

A maturidade: “no acontecimento está Deus”. Ter responsabilidade com a construção do amor no mundo. Ter a ótica de Deus. Olhar o mundo com os olhos de Deus. Irradiar Luz. Ser como a borboleta que ao se alimentar das flores, se torna flor voadora. Ou seja, alimentar de Deus, assim terá a maturidade.

A generosidade: saber dar e receber. Enfim, o catequista deve ter presente que é como pai e mãe daqueles que Deus lhes confia, por isso deve dar testemunho, segurança, e principalmente ter a capacidade de amar, transmitindo amor às pessoas. O catequista é sal e luz para seus catequizandos e seus familiares, seu grupo e sua comunidade de fé.

Ser catequista é uma vocação! Um chamado, que envolve um encontro, para que haja resposta, em vista de uma missão. Mistério de fé. Mistério de amor.

Como já foi dito, o catequista é enviado por Deus, constituído ministro da Palavra pelo poder do Espírito Santo e enviado pela comunidade. Porém, destaca-se três tipos de catequistas.

O primeiro é desconhecido: este é o catequista que não participa do grupo, do planejamento, não participa das missas e atividades na comunidade. Seu trabalho é isolado sem uma visão mais ampla da caminhada comunitária. Ainda não despertou para o valor de um trabalho em conjunto, em equipe.

O segundo é o conhecido: é o catequista que trabalha no espaço comunitário, sozinho ou em grupo, mas ignora o planejamento da comunidade e não se preocupa em integrar os catequizando nela, nem se compromete com a comunidade.

O terceiro é o reconhecido: é aquele catequista que participa das celebrações com a comunidade, encoraja os catequizandos a também participarem; está sempre presente nas formações e eventos oferecidos pela comunidade, paróquia ou diocese; interessa-se pelas atividades dos diversos grupos, ou seja, pastorais, movimentos, associações; participa do planejamento comunitário, sendo fiel a ele; lembra-se que na catequese não está falando em seu nome, mas em nome da comunidade; é reconhecido pelos membros da comunidade e enviados por ela.

Mas o que verdadeiramente importa, é que o catequista se sinta realmente chamado, vocacionado, e que responda com amor e dedicação, fazendo deste mundo, aqui e agora, o Reino sonhado por Deus.

O catequista pode e deve deixar sua marca na construção desse Reino, através da sua fé e da prática constante de oração; pelo seu testemunho de vida; através de seu engajamento na comunidade sendo uma pessoa que emana alegria e esperança no Ressuscitado, Jesus Cristo; na solidariedade e no seu compromisso com a causa do Reino; que esteja em constante formação, se atualizando para responder ao chamado de Deus, e se transformando a cada dia; que vive a espiritualidade, vive o Cristo, é seguidor da pessoa de Cristo e faz de seus catequizandos outros seguidores; e que também seja fiel na vivência da Liturgia. Faz da liturgia a celebração da vida na celebração do Mistério Pascal de Jesus Cristo, fazendo da catequese um caminho para a celebração autêntica da fé.

Para concluir, transcrevo algumas palavras da Exortação “A alegria do Evangelho, escrita por Papa Francisco: “já que o catequista respira a alegria de ser missionário, que nunca deixa de ser discípulo, sabe que Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionária. Se uma pessoa não o descobre presente no coração mesmo da entrega missionária, depressa perde o entusiasmo e deixa de estar seguro do que transmite, falta-lhe força e paixão. E uma pessoa que não está convencida, entusiasmada, segura, enamorada, não convence ninguém” (n.266).

Que Maria, primeira Catequista, nos ajude na missão de ser catequista do amor, para o amor, e que este amor: Jesus Cristo, seja anunciado a todos!

Márcia Luciene Goretti Tresse