O que fazemos a cada ano quando celebramos solenemente nossa padoeira Nossa Senhora Aparecida é confirmar e viver concretamente a Palavra de Deus, a profecia bíblica presente no Maginifcat (Lc 1, 46-55). Ao darmos graças a Deus pelas maravilhas que Ele realizou em Maria e por Maria somos convidados a olhar para as maravilhas que Ele continua realizando em nós, na nossa vida, na nosssa comunidade pela presença e intercessão de Maria.

          A lembrança da Mãe naquela pequena imagem negra e indefesa é uma fonte de espiritualidade para nossa vida cristã. Contempar Maria em sua imagem de Aparecida é reviver a História da Salvação. Nas águas do Mar Vermelho o povo espera a libertação das mãos do faraó.Nas águas do Rio Paraíba do Sul os pescadores esperam a pesca que os livrará da punição por não encontrarem peixes para o governador que passa por Guaratinguetá.

          Das águas vem a salvação: o mar que se abre, a imagem que surge entre as malhas de uma rede de pescador. Das águas vem a salvação pelo nosso Batismo que nos liberta das malhas e redes do pecado. Das águas sai um povo libertado, das águas sai a Mãe Aparecida, das águas sai Jesus batizado por João, das água saímos nós como filhos e filhas de Deus por meio do Batismo.

          Aquele povo saído das águas caminha para a Terra Prometida em meio ao deserto enfrentando desafios, desânimo, incertezas e infidelidades, mas Deus não os abandona. Aquela imagem preta saída das águas é contemplada por uma multidão que atravessa o deserto da escravidão numa terra de injustiças e opressão. Olhar para aquela pequena imagem preta como eles, pequenos e pretos, numa sociedade dos grandes é ver que Deus não os abandona e que a libertação acontecerá. De 1717 quando a imagem foi encontrada a 1888 quando a abolição da escravatura foi conquistada passaram-se 176 anos. Como somos duros de coração e lentos para crer diante dos sinais que Deus nos envia.

          O papa São João Paulo II em sua primeira visita ao Brasil disse em sua homilia na Basílica de Aparecida que ficou impressionado pelas tanats vezes que ouviu o povo brasileiro cantando: “Viva a Mãe de Deus e nossa, sempecado conebida!” O papa destacou a singeleza e a ingenuidades desta saudação, um grito da alma, uma invocação cheia de filial devoção e confiança. Nosso saudoso papa chamado carinhosamente aqui de “João de Deus” lembrava que a devoção à Maria é fonte de vida cristã, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. “Permanecei na escola de Maria”, disse ele.

          Hoje, contemplando a multidão dos romeiros que se dirigem até a casa da Mãe em seu santuário nacional, vemos rostos sofridos que com lágrimas nos olhos erguem seu olhar em diração à pequena imagem preta. Saídos das águas do Batismo, como filhos e filhas de Deus e educados na escola de Maria queremos renovar nossa fé no Deus libertador, que caminha nesta Terra de Santa Cruz consolnado os que sofrem e fortalecendo os que lutam pela justiça.

          Que não tenhamos que esperar mais 176 anos para que aconteça o fim da miséria, da opressão, da injustiça em nosso país e no mundo. A humanidade já encontrou o caminho para o alívio da fome e do sofrimento. O que nos falta é um coração renovado pela ternura de Deus tão presente em Maria. Que nossa comunidade, sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida, seja como a Casa de Nazaré, onde não falte o amor, a presença, a palavra, a escuta, a alegria que se aprendem na Escola de Maria.

Viva, Nossa Senhora Aparecida! Viva!

Viva a Padroeira do Brasil! Viva!

Viva a padroeira de nossa paróquia! Viva!

Diácono Dule