A palavra “Liturgia” é de origem grega (Laós, Leós = POVO + érgon = SERVIÇO, AÇÃO, TRABALHO). A Liturgia é a ação do povo de Deus que está reunido em comunhão.
Se o termo “Liturgia” nos remete a ação do povo, então todos são chamados e responsáveis a ajudar e a participar na celebração. Como consequência temos o crescimento na vida espiritual que não se limita, apenas, na participação na missa, ou celebrações de outros sacramentos, mas vai além, chega até a maneira de se viver com Deus, consigo mesmo e com os outros.
Sendo uma ação do povo, vamos encontrar duas funções:
– O sacerdote é aquele que serve de intermediário entre Deus e o povo, oferecendo os sacrifícios a Deus em favor de todo o povo. Com Jesus, seu sacrifício torna-se diferente dos sacrifícios antigos (de animais), uma vez que, agora Ele foi ao mesmo tempo o sacerdote e a vítima, pois ofereceu-se a si mesmo ao invés das vítimas. Por isso, dizemos que Jesus é o sacerdote por excelência, o único sacerdote verdadeiro, o único capaz de oferecer a Deus um sacrifício eficaz. Na Celebração Eucarística, o próprio Jesus é o sacerdote que oferece esse sacrifício, o mesmo único e eterno sacrifício da cruz que ali se atualiza, mas o padre também é chamado sacerdote porque participa desse sacrifício, agindo em nome d’Ele e como seu representante. Ele é sacerdote por Cristo, com Cristo e em Cristo, e não por si mesmo. Ou seja, ele não oferece um sacrifício de si mesmo a Deus, oferece o próprio sacrifício de Cristo.
– O povo de Deus também é sacerdote na medida em que todos são igualmente chamados a oferecer-se a si mesmos a Deus juntamente com Cristo, unindo-se ao sacrifício de Cristo apresentado e atualizado pelo presbítero na Celebração Eucarística. Por isso, todos os que são batizados formam, na Igreja, o Povo Sacerdotal (“Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo” (cf. Ex 19, 3-6)) que, por sua vez, exerce cada qual a seu modo, o ministério que lhe é próprio.
Sendo assim, o ministério, enquanto doação sacerdotal, na constituição e formação da Igreja, pode ser compreendido de dois modos distintos: o ministério ordenado (bispos, presbíteros e diáconos) que são ministros que celebram o sacrifício memorial do Senhor e se doam em favor do Reino de Deus; e o ministério não-ordenado (religiosos e religiosas, leigos e leigas que desempenham diversas funções em colaboração com os ministros ordenados perante toda a comunidade) que unem seu serviço ao sacrifício de Cristo.
Por isso, todos fazemos e vivemos a liturgia, não só na celebração, propriamente dita, mas além dela, na própria vida, por isso é tão importante a conscientização desse envolvimento pessoal, pois somos muitos, mas cada um com seu dom a serviço de Deus.
Marta Tasca
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